Dados Fotométricos

Postado em Sustentabilidade ,     Escrito por Eng. Luis Lancelle - Dialux Accredited Trainer    em público junho 9, 2015

DADOS FOTOMÉTRICOS

Nossos profissionais de Light Design chamam aos arquivos de dados fotométricos de lâmpadas / luminárias, de arquivos IESNA.

Não é incorreto, porém é o mesmo que chamar de gillettes às lâminas de barbear.

Conceito

Com uma crescente quantidade e variedade de programas de computador orientados ao cálculo e simulação luminotécnica, os critérios de compatibilidade de seus dados se tornam um tema da maior importância.

Os dados de entrada são fundamentalmente de quatro tipos:

Relativos ao programa e partido: tarefa visual, população alvo e objetivos do projeto (ou do cliente);

Relativos ao ambiente construído: geometria, objetos, materiais (características fotométricas), cores e texturas;

Relativos às fontes de luz natural: data e hora do dia, localização, tipo de céu, e características do recurso (controlador de luz solar) de luz natural utilizado; e

Relativos às fontes de luz artificial (lâmpadas e luminárias): fotométricos, geométricos, dos materiais, e do fabricante.

E são estes últimos, que caracterizam às fontes artificiais, denominados genericamente de dados fotométricos, que os organismos de normatização, se tem, até o momento, empenhado mais em padronizar, e que permitem o uso de uma determinada dupla luminária / lâmpada num projeto luminotécnico.

IESNA

IESNA, sigla da Illuminating Engineering Society of North America, define em 1986, através de seu Computer Committee, o primeiro modelo de padronização dos dados fotométricos de fontes de luz artificial, denominados genericamente de PFF (Photometric Data File Formats).

Esse primeiro modelo caracterizado pela denominação de IES LM-63-1986 – IES Recommended Standard File Format for Electronic Transfer of Photometric Data and Related Information, representa um significativo avanço no sentido da portabilidade de arquivos entre fabricantes e softwares diferentes, já que até esse momento cada fabricante tinha seu próprio modelo (ex: Philum da Plilips), ou não tinha nada, sendo neste caso somente manual a única forma de realizar um cálculo luminotécnico baseado em seus produtos.

A partir desse momento vários paises ou órgãos internacionais tem definido padrões de PFF.

Devido a varias limitações (como restrição de mais de um tipo de lâmpada, etc) a própria IESNA edita novas versões denominadas:

·

LM 63/1991

·

LM 63/1995, e

·

LM 63/2002 com aprovação ANSI – American National Standards Institute

A extensão usada pelos arquivos IESNA é .ies ou .IES

CIBSE

CIBSE é a sigla de Chartered Institution of Building Services Engineers, encumbido da normatização do UK.

Tomando como base o trabalho da IESNA, publica em 1988 a norma TM-14:1988 – CIBSE Standard File Format for the Electronic Transfer of Luminaire Photometric Data (com algumas restrições como a relativa aos meta – dados), usada intensamente pela industria britânica.

A extensão usada pelos arquivos CIBSE é .cib

EULUMDAT

O PFF EULUMDAT foi definido em 1990 por Axel Stockmar, analista de desenvolvimento de sistemas da LCI Light Consult Inc – Software Engineering, de Berlin, Alemanha, quando do desenvolvimento de um software de cálculo luminotécnico sob o nome de Proposal for a Data Format for Exchange of Luminaire Data (Interior, Exterior, and/or Road Lighting Luminaires) for the Operating Systems MS-DOS 2.x/3.xx, and Under Condition of Unequivocal Coordination Between Luminaire and Data Set.

Não tem documentação oficial, e apesar disso tornou-se de fato o standard europeu dos fabricantes de lâmpadas (Philips, Osram), de luminárias e de softwares luminotécnicos (DiaLUX, RELUX, SPECTRAL, LUMAGIC, RADEMACHER BELWIN). Se anexa uma tradução em inglês do original em alemão. A extensão usada pelos arquivos EULUMDAT é .ldt.

O software utilitário EULUMCNV, desenvolvido por Ian Ashdown como freeware, converte de EULUMDAT para IES LM 63/1995.

UNI

UNI é a sigla do Ente Nazionale Italiano di Unificazione, que editou a norma 10671 – Misure Fotométrica de Aparechi dÍluminazione.

CIE

CIE é a sigla da Commission Internationale de l’Eclairage, a qual Brasil adere através de seus órgãos INMETRO e ABNT, por tanto são os padrões CIE que devem ser por todos adotados no Brasil.

Em 1993 a CIE edita em Viena, Áustria, a norma CIE 102-1993 Recommended File Format for Electronic Transfer of Luminaire Photometric Data, que apesar de ser teoricamente o standard internacional além de ser provavelmente a melhor norma existente em termos de qualidade, esta sendo bastante difícil sua adoção pela industria da iluminação.

CEN

Recentemente a CEN Comité Européen de Normalisation (European Committee for Standardization), dita a norma européia EN 13032-1 Lighting aplications – Mesurement and presentation of photometric data of Lamps and Luminaires – Part 1 – Mesurements, cujo principal rival na Europa é o padrão EULUMDAT, muito difundido em toda Europa.

Outros

Como foi mencionado existem inúmeros padrões proprietários fundamentalmente de fabricantes. Alguns deles são:

LTLI – Lyz & Optik iluminação automotiva, Dinamarca,

Phillum – Calculux – Philips,

TBT – Toshiba, Japão, etc

sobre o autor
Eng. Luis Lancelle - Dialux Accredited Trainer
Engenheiro formado pela Universidade de Buenos Aires (UBA) e pela USP. Mestre em Engenharia de Sistemas (UBA). Docente,Coordenador Pedagógico e Orientador de cursos de Pós-Graduação nas áreas de Engenharia e Arquitetura. Coordenador da área de Software de Iluminação da Divisão 3 do CIE-Brasil (Comission Internacionale de l´Eclairage) (2006). Consultor, Designer de Iluminação e especialista em Software de Iluminação.